The Advent Review and Sabbath Herald: Jornal dos pioneiros publicou artigo sobre os Nefilins em 1890

11/12/2014 19:00

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Em sua edição do dia 7 de outubro de 1890, o jornal The Advent Review and Sabbath Herald, reproduzido abaixo, que divulgava o pensamento dos pioneiros adventistas do sétimo dia, publicou em sua pág. 615, artigo em que se referiram à amálgama de humanos e anjos caídos como o começo do mistério da iniquidade:

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Menção Especial: ENGANOS DOS ÚLTIMOS DIAS

Um teólogo suíço muito conhecido, Prof. Godet, observou: “Deus nunca coloca um homem no cenário, sem que Satanás imediatamente não apresente um macaco em cena.” Esta expressão singular contém uma grande verdade que não poucas vezes tem sido negligenciada.

Está muito mais na linha de Satanás imitar, caricaturar, e falsificar as verdades de Deus, do que proceder sua negação real ou promover o ateísmo absoluto. Se os comandos avançados e grupos infiltrados podem seguir para tão perto do acampamento do inimigo quanto possível, sem serem vistos, estão mais propensos a surpreender os incautos, desprevenidos.

Ao longo da história, são observáveis os esforços do Maligno para vestir a falsidade de modo a aparecer como verdade. Agora, no momento presente, os elementos do budismo, o panteísmo, o evolucionismo, e paganismo estão sendo tão furtivamente entrelaçados com o cristianismo que mesmo os escolhidos podem ser vítimas do engano mais poderoso destes últimos dias.

Logo nas primeiras páginas da Palavra de Deus, temos advertências sobre essas coisas. Passagens como Gênesis 6:2 e Números 13:33 implicam que, mesmo nos primórdios da história da humanidade, o mistério da iniquidade já havia começado a operar.

É provável, portanto, como foi recentemente afirmado sobre esses assuntos por vários escritores, que a principal fonte de toda a apostasia deve ser datada a partir de um período, anterior ao Dilúvio. A miscigenação [mistura ou amálgama] de nossa raça com seres caídos de outro mundo provocou a ruína do velho mundo.

Modernas descobertas na Babilônia e em outros lugares lançam uma estranha luz sobre essas coisas. E paralelamente ao relato bíblico dos “Nefilins”, temos alusões nos mitos de todos os sistemas pagãos, nos escritos das escolas rabínicas, e nos pais da igreja primitiva.

A partir dessas fontes de mistério, ciências ocultas, filosofia, e feitiçaria, os antigos obtiveram então o conhecimento singular, que eles incorporaram nos hieroglíficos, pirâmides e templos. Os sistemas pagãos dos babilônicos, egípcios, gregos e romanos, conforme foram surgindo no palco da história, cristalizaram os falsos ensinamentos em formas de culto.

Os reformadores, em seus dias, pensavam que de alguma forma ou de outra o mistério da iniquidade estava operando em Roma, e sem dúvida eles estavam certos. Na verdade, essa operação nunca cessou. Os sacerdotes pagãos e os videntes do passado, os oráculos de Delfos, e em um período posterior os falsificadores papais de milagres, tiveram a sua origem na mesma fonte.

Sem dúvida, um único propósito é executado através de todos; ou seja, são usados para afastar o homem do culto ao verdadeiro Deus. Isso foi visto na notável carreira de Ninrode e sua fracassada tentativa da Torre de Babel. Como que para prevenir a humanidade contra tais coisas, os filhos de Israel foram especialmente advertidos para não se envolver de forma alguma com o invisível. Levítico 19:31; Êxodo 22:18.

Apesar disso, no entanto, nós vemos que o rei Saul perdeu a vida por consultar a médium de En-dor. E aqui pode ser bom para observar o perigo, em que incorremos nós nos dias de hoje, se estamos a assistir sessões espíritas ou, sob qualquer pretexto que seja, consultando médiuns e agentes invisíveis. É curioso notar os milagres operados por Moisés e Arão contra Janes e Jambres: “Eles também fizeram o mesmo com os seus encantamentos.”

É milagre contra milagre! Empirismo Satânico versus realidade divina. Mas o falso sempre deve se retirar antes da verdade. Caminhando através da linha do tempo, encontramos entre os judeus, quando sua dispensação estava se encerrando, os mesmos fenômenos demoníacos voltaram a ocorrer. Na época de nosso Senhor, o demonismo parece ter sido galopante. Sem dúvida, o grande adversário viu a oportunidade de jogar uma sombra sobre o reino da luz, e para tentar minar o plano divino da salvação.

Em Atos 13:8, Elimas, o feiticeiro, resistiu aos apóstolos. Paulo, no entanto, logo o identificou em sua verdadeira luz como um filho do Diabo. E o castigo que se seguiu imediatamente, mostra o perigo terrível em que incorrem aqueles que fazem uso de agências “subnaturais”. Os apóstolos tinham o poder de expulsar demônios. Isto foi demonstrado no caso da moça que estava possuída por um espírito de adivinhação ou, como ela seria agora chamada, em um transe mediúnico-profético.

Mais uma vez, na história da igreja primitiva as mesmas coisas afloram. No terceiro século, Orígenes ensinou que a magia é uma ciência legítima, a pré-existência e transmigração das almas, a salvação universal, etc. Em suma, é provável que este escritor, como muitos dos grandes pensadores e filósofos, da antiguidade, era também um iniciado nos “mistérios secretos.”

Uma citação de Irineu, em “Contra as Heresias”, livro 1, capítulo 15,6, é importante, neste contexto: “Artífice de ídolos, Marcus, ilusionista, especialista na consulta das estrelas (astrologia), e experiente nas artes de magia negra, por cujos truques confirmas doutrinas errôneas. Fornecendo sinais de prodígio para aqueles envolvidos por ti no engano, maravilhas de poder que são totalmente separadas de Deus e ligadas ao apóstata, que é Satanás, o teu verdadeiro pai, permite-te ainda a cumprir, por meios de Azazel, aquele caído mais ainda poderoso anjo.”

Podemos notar, de passagem, que a permanência dos druidas mostra que, em um período remoto, a adoração do sol e culto à serpente foram introduzidos a partir do Oriente na Inglaterra. Altares e colinas de Baal ainda existem em muitos lugares. Os elementos do budismo e do druidismo são muito semelhantes, apontando, sem dúvida, uma origem comum.

Em resumo, o rastro sinuoso da serpente é visível em toda a estrada poeirenta das eras. Quando a grande crise espiritual, conhecida como a Reforma se aproximava, demonologia, feitiçaria e bruxaria parecem ter sido galopantes na cristandade. No final do século XV, um dos papas chegou, na verdade, a publicar um édito fulminante contra tais práticas.

Mesmo o próprio Lutero estava preocupado com seu demônio. E a história relata surtos esporádicos de violência demoníaca muito depois deste período; nomeadamente no momento da John Wesley e Cotton Mather.

A avaliação dos fatos acima obriga-nos a concluir que por trás do mundo material visível de sentido, em que habitamos, existem ordens de seres caídos — denominado pelo apóstolo como “potestades do ar” — que são inimigas para a raça humana. O termo Satanás pode ser genérico, bem como específico. Atualmente, a mão da Providência mantém esses principados e potestades, em cheque, mas o tempo pode vir para que esta restrição seja removida.

O moderno surto de demonologia, como tem sido frequentemente observado, cobre exatamente o período do renascimento dos dons divinos de cura. Para falar claramente, então, o diabo está com seus velhos truques novamente. O macaco já está no palco, e trabalhando na mesma linha que o anjo. Em outras palavras, é o empirismo satânico contra a verdade divina.

Sem dúvida, a intenção é a mesma de sempre. Ou seja, para desviar a atenção do plano de Deus, e para substituir a realidade com a moeda falsa. Não estão os cientistas cristãos (adeptos da Ciência Cristã), cirurgiões mediúnicos, e toda sorte de coisas, afirmando que operam curas milagrosas? Não temos ainda entre nós feiticeiros (parmakoi) e necromantes com seus sinais, prodígios da mentira, e engano de injustiça? E não estão as grandes linhas de pensamento na filosofia, ciência e cultura sendo tomadas pelos nossos theosofitas modernos, ocultistas, espíritas, falsos profetas e profetisas, palestrantes motivacionais e escritores de auto-ajuda?

O adversário pode estar estabelecendo suas doutrinas de demônios em muitas e diversas formas. Em resumo, ele está jogando seu último trunfo e carta — mas há razões para acreditar que sua falsa vontade, voltará a ser confrontado com a verdade; e para usar as palavras de uma grande autoridade moderna sobre estas questões:

“A última fase da consumação da Igreja vai voltar a exigir para a final e decisiva luta com os poderes das trevas, a interferência milagrosa de seu Senhor ressuscitado e, portanto, as Escrituras nos levam a esperar milagres mais uma vez para este período.” -– T. W. Greenwell.

F. R. S. L. em Advent Review and Sabbath Herald, edição de 7 de outubro de 1890, pág. 615.

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