Cristo no Deserto da Tentação

08/05/2014 20:00

Considerações sobre a primeira tentação que Cristo sofreu no inicio do seu ministério

Quando Adão caiu, Deus convocou Satanás e Adão e Eva à Sua presença para serem julgados e receberem a sentença: ‘Porei inimizade entre ti e a mulher’ (Gén. 3:15). A Adão e Eva foi prometido um Redentor e a Satanás a destruição. Esta declaração contém a primeira promessa evangélica de salvação para a descendência de Adão. Satanás deveria ser esmagado pelo descendente da mulher. (Ver No Deserto da Tentação, 23.

 A Adão, a sentença determinava que ele voltaria ao pó da terra. Mas Cristo ofereceu-se para ser o Redentor do homem. Satanás não entendeu muito bem o que Deus quis dizer.

 Passemos para os dias de Cristo

 1 – Satanás esteve presente no baptismo de Cristo “Ele [Satanás] estava presente quando Cristo Se apresentou a João para o baptismo.” No Deserto da Tentação, 35.

 a)      Ele ouviu a voz do Céu dizer: este é o Meu Filho Amado… Satanás “Ouviu a voz majestosa ressoando através do Céu e ecoando pela Terra como estrépito de trovão. Viu os relâmpagos das nuvens dos céus e ouviu as respeitáveis palavras de Jeová: "Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo." Mat. 3:17. Viu o resplendor da glória do Pai cobrindo a forma de Jesus, apontando assim à multidão Aquele a quem Ele reconhecia como Seu Filho, com inegável segurança. As circunstâncias relacionadas com a cena baptismal despertaram o mais intenso ódio no peito de Satanás. Agora sabia com certeza que, se não pudesse dominar a Cristo, a partir desse tempo seu poder seria limitado.” Idem, 35.

b)       Satanás temeu que seu poder fosse quebrado e conhecia as profecias que prediziam um reino eterno que seria estabelecido pelo Príncipe do Céu: “Satanás sabia o que tinha perdido.Agora temia que seu império sobre o mundo fosse contestado e quebrado seu poder. Sabia, pela profecia, que o Salvador fora predito e que Seu reino não seria estabelecido com triunfo terrestre e com honra e exibição mundanas. Sabia que as profecias antigas prediziam um reino que seria estabelecido pelo Príncipe do Céu sobre a Terra, a qual reclamava como seu domínio. Esse reino abarcaria todos os reinos do mundo e então seu poder e sua glória cessariam e ele receberia sua retribuição pelos pecados que havia introduzido no mundo e a miséria que havia trazido sobre o homem. Sabia que tudo o que concernia a sua prosperidade estava dependendo do seu êxito ou fracasso em dominar a Cristo com suas tentações no deserto. Trouxe sobre Cristo todo artifício e força de suas tentações poderosas, para desviá-Lo de Sua obediência.” Idem, 37.

 2 - Cristo foi tentado e provado

 "No deserto da tentação, Satanás apareceu a Cristo como um anjo vindo das cortes de Deus.  Não foi por sua aparência mas por suas palavras que Cristo o reconheceu como inimigo."  Review and Herald, 22 de julho de 1909.

 3 - Cristo não estava em posição favorável para suportar a tentação

 “No desolado deserto Ele não estava em posição favorável para suportar as tentações de Satanás, como estava Adão quando foi tentado no Éden. O Filho de Deus humilhou-Se a Si mesmo e tomou a natureza humana após a humanidade ter-se desviado do Éden por quatro mil anos, do seu estado original de pureza e rectidão. O pecado fez por séculos suas terríveis marcas sobre a humanidade; e a degeneração física, mental e moral prevaleceu em toda a família humana.” Idem, 38.

 4 - Cristo como Segundo Adão

 “Que contraste o segundo Adão apresentava quando Ele entrou no sombrio deserto para sozinho enfrentar a Satanás! Desde a queda, a raça humana havia diminuído em estatura e força física e decaído cada vez mais na escala do valor moral, até ao período do primeiro advento de Cristo à Terra. A fim de elevar o homem caído, Cristo deveria alcançá-lo onde ele estava. Tomou a natureza humana e carregou as enfermidades e degenerescências da raça humana. Aquele que não conheceu pecado tornou-Se pecado por nós. Humilhou-Se a Si mesmo até às profundezas mais baixas da miséria humana, a fim de que pudesse qualificar-Se para alcançar o homem e tirá-lo da degradação na qual o pecado o mergulhara.

"Porque convinha que Aquele, para quem são todas as coisas e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse, pelas aflições, o Príncipe da salvação deles." Heb. 2:10.

"E, sendo Ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que Lhe obedecem." Heb. 5:9.

"Pelo que convinha que, em tudo, fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque, naquilo que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados." Heb. 2:17 e 18.

"Porque não temos um sumo-sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado." Heb. 4:15.” Idem, 39-40.

 5 - Cristo devia vencer o apetite

 “A condescendência com o apetite tem aumentado e se fortalecido em todas as gerações sucessivas, desde a transgressão de Adão até que a raça humana se tornou tão frágil em poder moral que não pôde vencer na sua própria força. Cristo, em favor da humanidade devia vencer o apetite,suportando a mais poderosa prova sobre isto. Deveria palmilhar sozinho a senda da tentação, sem ninguém a ajudá-Lo, sem nenhum conforto e apoio. Sozinho deveria lutar contra os poderes das trevas.” Idem, 44.

 6 - Cristo devia suportar onde Adão caiu

 “Quando Cristo suportou a prova da tentação sobre o apetite, Ele não estava na beleza do Éden, como Adão, com a luz e o amor de Deus vistos em tudo sobre que seus olhos repousassem; mas estava num estéril e desolado deserto, rodeado por animais selvagens. Tudo a Sua volta era repulsivo. Nesse ambiente, jejuou quarenta dias e quarenta noites, "e, naqueles dias, não comeu coisa alguma". Luc. 4:2. Estava enfraquecido pelo longo jejum e experimentou agudíssimo senso de fome. Seu semblante estava, na verdade, mais caído do que o dos filhos dos homens.

Assim Cristo entrou no conflito para vencer o poderoso inimigo, suportando toda a prova que Adão falhou em suportar, para que através do êxito neste conflito pudesse quebrar o poder de Satanás e redimir a humanidade da desgraça da queda.

Tudo estava perdido quando Adão se submeteu ao poder do apetite. O Redentor, em quem o humano e o divino estavam unidos, ficou no lugar de Adão e suportou o terrível jejum, por quase seis semanas. A duração deste jejum é a mais forte evidência da grande pecaminosidade do aviltado apetite e do poder que ele tem sobre a família humana.” Idem, 45-46.

 7 - Satanás disfarça-se de anjo enviado do Céu

 “Tão logo começou o longo jejum de Cristo, Satanás estava a postos com suas tentações. Ele veio a Cristo disfarçado em luz, afirmando ser um dos anjos do trono de Deus, enviado com uma missão de misericórdia a fim de simpatizar com Ele e aliviá-Lo da Sua condição de sofrimento. Tentava fazer Cristo acreditar que Deus não requeria dele que experimentasse a negação própria e os sofrimentos que Ele antecipava; que tinha sido enviado do Céu para trazer-Lhe a mensagem de que Deus pretendia somente provar sua disposição em suportar.” Idem, 46-47.

 8 - Ao povo de Deus também Satanás aparecerá disfarçado de anjo enviado do Céu

 a)      Satanás aparecerá em anjo de luz – I Cor. 11:13-15

b)      Com o objectivo de enganar os escolhidos – Mat.24:24

c)      Faz-se passar por ser Cristo – Mat. 24:23-26

d)      Faz sinais e maravilhas, faz descer fogo do céu – Apoc. 13:13

 9 - Satanás deturpa e inverte as posições

 “Satanás disse a Cristo que um dos exaltados anjos fora exilado na Terra, que Sua aparência indicava que, em vez de ser o Rei do Céu Ele era o anjo caído e que isto explicava a Sua aparência definhada e aflita.” Idem, 48.

 a)      Satanás faz o mesmo connosco e inverte as posições: mostra que somos muito poucos, que não conseguimos evangelizar o mundo, dizem que somos fanáticos, etc.

b)      Vejamos o exemplo de Cristo:

 “Jesus não condescendeu em explicar ao Seu inimigo que Ele era o Filho de Deus e como tal, de que maneira devia agir. De modo insultuoso e escarnecedor Satanás se refere à presente fraqueza e aparência decaída de Cristo, em contraste com sua força e glória. Insultava a Cristo como sendo um representante muito pobre dos anjos, quanto menos de seu exaltado Comandante, o reconhecido Rei nas cortes reais, e que Sua presente aparência indicava que Ele estava esquecido de Deus e do homem. Disse que se Cristo fosse na verdade o Filho de Deus, o rei do Céu, teria poder igual ao de Deus e deveria dar-lhe uma evidência disto aliviando Sua fome mediante a operação de um milagre, transformando em pão a pedra que estava aos Seus pés. Satanás prometeu que se Cristo fizesse isto, ele se submeteria imediatamente às Suas reivindicações de superioridade, e que a luta entre ele e Cristo terminaria para sempre.” Idem, 50.

 c)      Nós também não devemos entrar em contendas ou em explicações para provar que Deus está com o Movimento de Reforma de Apocalipse 18. Todas as evidências que nos assistem são o suficiente. Vejamos: II Cor. 4:3-4.

10 – Conclusão: Apesar de Cristo estar sofrendo fome, resistiu à tentação e expulsou Satanás com as palavras: ‘Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus’.

 a)      Adão caiu e tornou-se mortal e viu logo como seria a sua morte na morte de seu filho Abel

b)      O povo antediluviano caiu e pereceu no dilúvio por causa da intemperança

c)      O povo de Israel caiu pela comida e os culpados morreram no deserto

d)      Um profeta por causa de ter comido contra a vontade de Deus foi morto por um leão – I Reis 13:15-24

e)      Hoje muitos cristãos perecem por causa da comida – Isaías 22:13-14.

f)        Na comida e em todas as coisas, façamos tudo para glória de Deus – I Cor. 10:31.

"Não tenhais medo; 
estarei com vocês até o final dos tempos."